Na última quarta-feira, 7, a SulGás realizou um dia inteiro de palestras abordando temas de eficiência energética, discutindo as possibilidades de economizar utilizando os recursos do gás natural. Em 2019, o bairro Anchieta de Porto Alegre/RS já terá o gás à disposição de cervejarias.
A SulGás iniciou a sua comercialização nos anos 2000, atendendo indústrias, comércios, residências e postos. Atualmente, a companhia de gás atende grandes clientes como a AmBev, Tramontina e Heineken. Neste ano, o número de mil clientes comerciais foi atingido e a ideia para 2019 é entrar no bairro cervejeiro de Porto Alegre para as empresas poderem utilizar esse energético.
A grande diferença do gás natural está na composição. Ele é leve, composto por metano (CH4) e etano (C2H6), tornando-se um gás de baixa densidade em questões de segurança, fazendo com que, em um possível vazamento, ele se dissipe facilmente. A SulGás compra hoje da Petrobrás, que possui abastecimento da Bolívia e também nacional.
Marco Grabski, coordenador técnico do segmento industrial, explica que utilizar o gás natural possui vantagens para cada tipo de segmento. “Se pensarmos no segmento residencial, a utilização do gás não requer abastecimento em cilindros, liberando espaço para fazer uma nova vaga de veículo. No comercial, é um gás que não necessita de reposição constante, já que vem direto da rua. Já o industrial se dá pela qualidade de chama e a baixa manutenção aos queimadores.”
Com início às 9h, Guilherme Cabral, do marketing da SulGás, abriu a programação apresentando os palestrantes do dia. Marco Grabski concedeu um panorama dos assuntos relacionados ao gás natural e também do histórico da empresa. Wagner Branco, consultor da Zetec, em seguida assumiu a palestra para falar sobre diversos temas como a combustão, controle de queima, consumo específico, entre outros.
Rafael Camozzato, do departamento comercial da Importherm, abordou temas sobre queimadores, tipos de queimadores, principais componentes, sistemas de segurança e outros. Finalizando as palestras, Einar Cristofani, técnico e engenheiro mecânico da Conai, apresentou as normas da NBR 12.313, sanando as dúvidas do público presente.
A chegada ao bairro Anchieta
O bairro Anchieta da capital gaúcha receberá em 2019 a implantação do gás natural. A região da cidade possui pouco mais de dois quilômetros e conta com mais de 10 cervejarias artesanais. Marco conta que o orçamento já está aprovado e com o projeto em andamento para que a implantação ocorra na metade do ano que vem.
“As cervejarias utilizam, em geral, o gás GLP, ele é o que mais se aproxima do gás natural. A troca de GLP para o natural é bem simples, além disso, em 2018, conseguimos chegar em uma competitividade financeira bem legal com o GLP, então o gás natural está muito atrativo não só na qualidade, mas financeiramente”, afirma o coordenador.
Para fazer a implantação, a SulGás inicia prospectando a região vendo se há viabilidade, se houver, começam os projetos de tubulações. A execução da rede se dá de forma muito parecida com a água. “Vamos até a frente da indústria com a rede enterrada, e na frente dela temos uma central de medição, semelhante à água, ali tem o medidor que contabilizamos quanto a empresa consumiu”, diz.
A segurança que o gás natural propõe se torna um fator importante, já que em uma renovação de seguro da empresa é necessário que seja indicado qual o combustível utilizado. Se o uso for de gás natural, o valor da renovação é reduzido. Marco afirma que, no final das contas, a economia do gás natural se estabelece de 20% a 30% comparado ao gás GLP.
Para adaptar o gás GLP para o natural o investimento é baixo, pois o que está sendo trocado é simplesmente o gás. Se a troca for da lenha para o natural, o gasto é mais alto. Se for do óleo, um pouco menor, e sendo do GLP, a troca mais econômica. Grabski ainda ressalta para as cervejarias que desejarem fazer a troca para o gás natural, no bairro Anchieta, que procurem a SulGás para demonstrar o interesse.
“Pedimos que entrem em contato com a gente para colocarmos no nosso projeto, porque isso agiliza na hora de entregar o gás. Como o projeto está em desenvolvimento, esse é o melhor momento de incluir um novo cliente. Depois que estiver pronto teria que revisar e demoraria um pouco mais, pois teria que entrar de novo no processo de projeto e execução de obra. Mas, mesmo assim, quem desejar a troca depois, também será possível”, finaliza.
Foto: Andréia Ramires